No mês de maio, o Rio Grande do Sul foi atingido por uma enchente histórica. A grandeza da calamidade pública teve uma dimensão nunca imaginada, pois atingiu 262 municípios, 283 mil casas, 597 mil pessoas e 116 mil empresas, deixando um rastro de destruição, com perdas de vidas, histórias, registros pessoais, fontes de renda. Abalou o psicológico das pessoas que sofreram na pele e daqueles que se solidarizaram e se dispuseram a socorrer e ajudar as vítimas, pois quem não foi atingido, teve um parente, um amigo, um conhecido impactado pela destruição.
Foi tudo muito rápido. No primeiro momento, quem estava do lado, foi o primeiro a ajudar, se organizar e socorrer seu vizinho ou aqueles distantes de seu bairro. O poder público sem perna para tudo, teve que correr com o que podia, pois faltou experiência e organização prévia para situações de calamidade pública, principalmente dessa dimensão.
O impacto em Guaíba foi na ordem de mais de 38 mil pessoas afetadas, 7 bairros atingidos e mais de 10.500 residências inundadas. O Brasil se mobilizou e muita ajuda chegou até o RS. No esforço do Sindicato convertemos o que seria a festa do dia do trabalhador em 407 refeições, que foram doadas aos abrigados do bairro Ipê, na paróquia Nossa Senhora de Fátima e no abrigo instalado no bairro Pedras Brancas.
O SINPACEL-RS através do seu presidente entrou em contato com todas as empresas da base para ter claro as providências que seriam tomadas para salvaguardar os empregos atingidos e dos que não tinham condições de se deslocar até o trabalho, devido ao bloqueio das estradas pelas águas. Elogiamos a posição das empresas em não descontar os dias não trabalhados e dos auxílios aos trabalhadores atingidos, bem como as doações a comunidade.
Organizamos uma campanha de arrecadação via PIX, na qual obtivemos doações individuais e de Sindicatos de Santa Catarina e de São Paulo, totalizando R$ 24.440,00, valor esse que foi completado pelo SINPACEL-RS, totalizando R$ 80 mil em doações.
Além de beneficiarmos os atingidos de Guaíba, concentramos nossas doações aos nossos sócios que tiveram perdas com a enchente, que foram 183 trabalhadores, destes 47 aposentados.
O PAPEL DO ESTADO – A reflexão/lição que tiramos dessa calamidade ambiental é de que precisamos de um Estado forte, pois o dito “mercado” não tem a capacidade de socorrer e de disponibilizar recursos numa dimensão de bilhões para recuperar as perdas da sociedade. Organismos de financiamento com carências de pagamento, juros baixos, ou mesmo a fundo perdido, somente através do Estado e de sua organização, do contrário estaríamos a deriva e quebrados economicamente, principalmente aqueles que dependem do emprego para vender a sua mão de obra.
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