Por 34 votos a 14, o plenário da Assembleia Legislativa do RS aprovou, na tarde de 1º de dezembro, emenda que estabelece reajuste zero para o projeto do Salário Mínimo Regional de 2020, enviado em 18 de fevereiro pelo governador Eduardo Leite (PSDB), que previa aumento de 4,5% para repor a inflação do ano passado. Foi a primeira sessão feita pelo sistema híbrido: parte dos parlamentares presentes e outros de forma remota, sem ninguém nas galerias.
“Os deputados aliados ao governo não têm vergonha na cara. Congelaram os salários de cerca de 1,3 milhão de trabalhadores e trabalhadoras que ganham menos no RS. E o governador lavou as mãos como Pilatos. Nem mesmo teve a dignidade de mandar retirar o projeto que foi detonado pelos seus apoiadores”, afirmou o secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Com a votação dos deputados, dos três estados do Sul somente o RS congelou o reajuste deste ano. Santa Catarina aprovou aumento de 4,96% e o Paraná, 5,86%. São percentuais maiores que o aplicado no mínimo nacional, também corrigido. As cinco faixas do piso regional ficam entre R$ 1.237,15 e R$ 1.567,81.
"Visão empresarial atrasada"
Segundo o vice-líder da bancada do PT, deputado Pepe Vargas, o piso regional é importante para categorias que são mais desorganizadas e não tem sindicato que as representem. Além disso, para ele o que está em jogo é uma visão a respeito do direito sagrado dos trabalhadores terem sua reposição salarial do ano de 2019.
“Os governos do PSDB, MDB sempre reajustam o piso regional abaixo da inflação e consequentemente os trabalhadores perdem renda. São partidos que acabam fazendo a defesa de uma visão empresarial atrasada. Quando aumenta o salário, aumenta o poder de consumo. Se reajustado o piso regional, beneficia a economia, a história mostra isso” afirmou.
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