Dirigentes sindicais ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) de todo o Brasil cumpriram, nesta quinta-feira (7), a exigência legal de desincompatibilização a quatro meses antes da eleição e se afastaram do cargo para concorrerem aos mandatos de deputado federal ou estadual.
A chamada desincompatibilização prevista na legislação eleitoral exige o afastamento do cargo quatro meses antes do primeiro turno da eleição, que ocorrerá em 7 de outubro neste ano. O segundo turno será realizado no dia 28 de outubro.
Entre os candidatos (confira lista no final), estão os presidentes de CUT’s estaduais licenciados, como Beatriz Cerqueira (MG), Claudir Nespolo (RS) e Carlos Veras (PE); e presidentes licenciados de grandes sindicatos, como Maria Izabel Noronha (SP), da Apeoesp.
Claudir Nespolo, presidente licenciado da CUT-RS, pré-candidato a deputado federal.
Mais compromisso com a classe trabalhadora
Desde as eleições de 2014, que elegeu a bancada mais conservadora do Congresso Nacional do período pós-ditadura militar, a CUT vem discutindo internamente aumentar o número de sindicalistas compromissados com os direitos sociais e trabalhistas na Câmara dos Deputados para impedir os retrocessos apresentados e aprovados por bancadas de empresários, ruralistas e outros segmentos mais identificados com pautas conservadoras e de retirada de direitos.
Em 2014, levantamento do Diap mostrou que a frente sindical, por exemplo, foi reduzida quase à metade: de 83 para 46 parlamentares.
Dois anos depois, a bancada reacionária se aliou ao candidato perdedor Aécio Neves (PSDB-MG), ao Michel Temer (MDB-SP), então vice da presidenta Dilma Rousseff (PT) e, com apoio de empresários, parte da mídia e do Poder Judiciário destituíram a presidenta legitimamente eleita, deram um golpe e agora vêm implementando uma pauta de retrocessos, fim de direitos trabalhistas e extinção de programas sociais.
Se votar, não volta
Quando teve início o debate sobre as reformas trabalhista e da Previdência, a CUT lançou a campanha #QuemVotarNãoVolta para alertar os deputados e senadores que quem votasse a favor das reformas não seria eleito este ano e reforçou a importância de seus dirigentes disputarem cargos, conquistar uma bancada representativa e fazer a disputa por direitos no Congresso Nacional.
Vários dirigentes aceitaram o desafio e decidiram concorrer aos cargos eletivos. Todos se licenciaram da CUT nesta quinta com o compromisso de representar as propostas da Plataforma da CUT para as eleições 2018 em suas campanhas eleitorais, entre elas, a revogação das medidas tomadas depois do golpe, como a aprovação da reforma Trabalhista e eleições livres e democráticas.
Confira a lista de dirigentes que irão se candidatar: Federal - Alessandra Lunas – direção CUT Nacional – Rondônia - Ângela Maria de Melo – dirigente executiva CUT Nacional – Sergipe - Carlos Veras – presidente da CUT Pernambuco - Claudir Nespolo – presidente da CUT Rio Grande do Sul - Elisângela Santos Araujo – dirigente executiva CUT Nacional – Bahia - Gilberto Rosas – presidente da CUT Roraima - José Maria Rangel – coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) – Rio de Janeiro - Paula Francinete Costa Leite – secretária de Finanças da Confetam e direção CUT Nacional – São Paulo Estadual - Beatriz Cerqueira – presidenta da CUT Minas Gerais - Danilo Libarino Assunção – secretário Meio Ambiente CUT Bahia - Edilson José Gabriel – vice-presidente CUT Paraná - Maria Izabel Bebel – presidenta da APEOESP e dirigente executiva CUT nacional – São Paulo - Márcio Mauri Kieller Gonçalves – secretário-geral CUT Paraná - Mauro Rubem – presidente CUT Goiás - Luzenira Linhares Alves – secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Paraíba - Ivaneia Souza Alves – direção CUT nacional – Amapá - Rosana Sousa do Nascimento – presidenta da CUT Acre - Rodrigo Brito – presidente da CUT-DF, candidato a deputado distrital Fonte: CUT Nacional
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