O Encontro Nacional de Lideranças Sindicais Papeleiras, evento realizado nos dias 8 e 9 de março, em Brasília, pelo Movimento Nacional dos Papeleiros e Papeleiras (MPAPEL), conquistou relevância nacional ao receber na abertura do segundo dia de atividades a presença de importantes personalidades da política nacional, incluindo ministros de estado ou seus representantes e parlamentares das câmaras federal e estaduais.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, fez um discurso firme em defesa da retomada dos direitos dos trabalhadores e da reconstrução das políticas públicas que foram desmontadas a partir de 2016, especialmente durante o governo Bolsonaro.
Além de Marinho, também integraram a mesa cinco deputados, sendo dois federais e três estaduais, e representantes do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.
Estiveram presentes ainda o secretário nacional de Relações do Trabalho e o prefeito da cidade de Luís Antônio (SP), que abriga uma grande indústria do ramo papeleiro.
O discurso de Marinho foi muito aplaudido pelos cerca de uma centena de dirigentes sindicais do setor papeleiro de praticamente todos os estados do país que integram o MPAPEL, organização de caráter político sindical que busca no diálogo com o governo federal e parlamento brasileiro uma forma de contribuir no debate nacional sobre relações de trabalho e representação sindical levando em conta as experiências do setor.
O ministro defendeu que o fortalecimento das entidades sindicais passa pelo processo de unidade, justamente uma das bandeiras defendidas pelo MPAPEL, que marca o início de uma grande articulação, para que os desafios da representação e ação sindical no setor papeleiro sejam enfrentados de forma unitária e em nível nacional.
“Quanto mais amplo for o processo de unidade, melhor será o resultado da luta pela busca da construção nacional dos contratos coletivos de trabalho, já que grandes empresas do setor papeleiro estão instaladas em vários estados do país. Portanto, nacionalizar esse debate é o caminho na busca por uma melhor remuneração e uma melhor distribuição de renda”, disse Marinho.
O ministro também defendeu a importância da organização e unidade dos sindicatos no debate sobre a revisão de pontos da Reforma Trabalhista. “Quanto mais fortes forem os sindicatos, melhor será para a classe trabalhadora, para a economia e para a distribuição de renda. Sindicatos organizados e fortes podem influenciar através do diálogo com o congresso”, defende o ministro.
Marinho explicou que o governo vai montar um grupo tripartite (governo, parlamento e trabalhadores) para construir uma proposta de revisão da Reforma Trabalhista, e os sindicatos precisam ajudar no convencimento da classe trabalhadora sobre a importância do tema.
Mulheres
Marinho anunciou a assinatura da Convenção 190 pelo presidente Lula neste 8 de março e reforçou o fato de que a pressão dos sindicatos no parlamento é um ingrediente essencial para que o Brasil ratifique esta e outras convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"Não podemos mais conviver com situações de assédio no local e no mundo do trabalho. Lutar por equidade de gênero é papel central dos sindicatos que precisam investir na formação de lideranças jovens", enfatizou o ministro.
Apoio parlamentar
Além da presença de Luiz Marinho, o MPAPEL também contou com uma pesada participação parlamentar, com cinco deputados, federais e estaduais, compondo a mesa do segundo dia.
O deputado federal Vicentinho (PT-SP) destacou em sua fala que o MPAPEL é um exemplo de mobilização que contará sempre com seu apoio no Congresso. “Estamos num momento novo da política no qual começamos a reconstruir o Brasil e a lutar pela reconquista de direitos trabalhistas que nos foram retirados. Estamos à disposição dos papeleiros”, disse Vicentinho.
Já o deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP), integrante da frente parlamentar da indústria química, que reúne o setor papeleiro, destacou a importância de se defender políticas e ações que gerem empregos, como por exemplo a reforma tributária proposta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Três deputados estaduais de São Paulo, Márcio Nakashima (PDT), Luiz Fernando (PT) e Maurici (PT), também declararam em seus discursos total apoio aos papeleiros e colocaram seus mandatos à disposição dos trabalhadores do setor.
Avaliação
O encontro contou com a participação do diretor da CUT-RS e presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias do Papel, Papelão e Cortiça de Guaíba (Sinpacel-RS), Walter Fogaça, e dos dirigentes João Caldas, Gilberto Macedo e Charles Chagas.
Para Fogaça, "o encontro das lideranças sindicais foi extremamente positivo pelo conteúdo e abrangência da Pauta Nacional entregue aos parlamentares e aos ministros do governo Lula. Finalmente se tem espaço para o diálogo junto ao governo federal, com a perspectiva de realmente se reconstruir o Brasil, sob a ótica dos trabalhadores. Sabemos que estamos no começo da caminhada e é preciso a união de todos, para que a nossa pauta seja ouvida e colocada em prática".
Fotos: MPAPEL
Fonte: CUT-RS com MPAPEL
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