Muitos acham que o prefeito de uma cidade é um grande síndico e os vereadores são resolvedores de problemas. Numa eleição municipal, os candidatos são próximos da população, são muitas vezes conhecidos, vizinhos, amigos, parentes, alguns já trabalham na prefeitura, prestam algum serviço na estrutura da prefeitura e estão no dia a dia da comunidade. Outros querem entrar para a estrutura da prefeitura, pois se dizem mais capazes para prestar o serviço para a comunidade e querem transformar a cidade em um lugar melhor para viver. Essa é a essência dos discursos, das pretensas intenções que o eleitor recebe dos candidatos. Em resumo, toda eleição acontece dessa maneira e os eleitores vão ao dia da votação com a responsabilidade de escolher o melhor para a sua cidade.
Mas as coisas são simples assim? Claro que não, são muito mais complexas e dinâmicas. Vivemos uma grande disputa do orçamento do Estado brasileiro e essa disputa passa pelas eleições municipais. Todo candidato a prefeito e candidato a vereador pertence a um partido político, que tem suas posições e seu histórico nas decisões essenciais para a nação brasileira, com fortes consequências para a população e para os municípios. Tá e daí? Daí que prefeitos e vereadores podem e devem fazer pressão nos deputados estaduais e federais, nos senadores, nos governadores e no presidente da república, portanto, eleição municipal não se resume ao município, ela tem reflexos no estado e no país.
Vamos pensar exemplos práticos: A disputa do orçamento do Estado brasileiro, ou seja, os destinos dos impostos que pagamos. Nos últimos anos, essa disputa se acirrou e a nação perdeu para o poder econômico. Estipularam um teto de gasto para “despesas” com a população (saúde, educação, segurança, previdência, etc), mas esse teto não atingiu o pagamento da dívida pública, que favorece banqueiros e grandes investidores no mercado financeiro. Ainda, veio a reforma trabalhista, que retira direitos e diminui a massa salarial e a reforma da previdência, que dificulta as pessoas se aposentarem e diminui os valores dos benefícios.
Por isso, quando um candidato a vereador ou a prefeito vier pedir seu voto, pense no todo, pois o todo tem consequências na sua vida atual e futura. Veja como o partido que eles representam votou na divisão do orçamento do Estado, se foi a favor do poder econômico ou a favor da melhor qualidade de vida para a nação brasileira, ou seja, se votou contra ou a favor de você.
Se é um político que procura reeleição, questione qual foi o debate que ele promoveu no município sobre a reforma trabalhista e a reforma da previdência, ou mesmo sobre o teto de gastos. Dê voto para quem tem a visão do todo, do município ao país, dê voto para quem defende os teus direitos, dê voto para quem sabe que o imposto que você paga tem que retornar em qualidade de vida para a sociedade. VOTE CONSCIENTE DO QUE ESTÁ FAZENDO.
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