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Patronal recua e convenção coletiva é fechada.


Após reação do sindicato e mobilização dos trabalhadores, as empresas reconsideram e igualam a proposta de nível nacional para o fechamento da convenção coletiva de trabalho 2019/2020.

No setor de celulose e papel no Brasil, segundo análise dos que participam das mesas de negociações representando os trabalhadores pelo país, havia uma combinação da patronal de abolir o histórico abono compensatório que é pago há mais de 20 anos nas grandes empresas do setor nos fechamentos das convenções coletivas de trabalho. A intenção era de aproveitar a onda de retirada de direitos incentivada pelo governo Bolsonaro. Contudo, houve uma reação e mobilização muito grande por parte dos trabalhadores em São Paulo e, após quatro rodadas de negociação, o fechamento lá foi pela manutenção do abono e demais cláusulas da Convenção Coletiva, seguindo de exemplo para o resto do país.

Mas, mesmo com o exemplo de SP, as empresas da base do SINPACEL resolveram manter a proposta patronal sem o abono. O sindicato dos trabalhadores organizou a Assembleia realizada no dia 30 de outubro para a rejeição da proposta, convocou os trabalhadores para dar um basta na retirada de direitos. Faltou cadeira na sede do SINPACEL, com a lotação esgotada e a presença do presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, o representante da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Loricardo, o economista do DIEESE, professor Franzoi, e participação do presidente da Federação dos Trabalhadores do setor de celulose e papel de São Paulo, Betinho.

Na ocasião, realizou-se uma assembleia de rejeição à proposta e organização de mobilização para as ações futuras, para a busca de um acordo condizente com a realidade, e não simplesmente uma economia desnecessária nas costas dos trabalhadores.

O presidente do SINPACEL-RS, João Caldas, na sua explanação final agradeceu a presença maciça dos trabalhadores, o atendimento do chamamento das organizações dos trabalhadores presentes (CUT-RS, CNMCUT, DIEESE, FED. PAPEL SP), e informou que toda a mobilização deu efeito, pois no final da tarde, o representante do patronal retificou e oficializou nova proposta, igualando nos principais itens o acordo fechado em São Paulo, com a manutenção do abono.

Diante da nova situação, o presidente deixou por conta da Assembleia a decisão da aprovação ou não da proposta patronal, deixou claro da disposição de acatar o resultado da votação, lembrando que a organização dos trabalhadores deve ser sempre requisitada.

A nova proposta foi aprovada por 76,7% dos votos. Tal experiência de mobilização dos trabalhadores reforça a necessidade de ampliar o nível de conscientização da importância das organizações dos trabalhadores, visto que, se não houver reação ou mesmo protagonismo, cada vez mais o poder econômico colocará de fora suas garras para retirar direitos e lucrar em cima da força de trabalho de quem produz a verdadeira riqueza.

PROPOSTA APROVADA - Data-base 01/10/2019.

• Reajuste salarial de 2,92% (INPC do período);

• Diferenças salariais: pagas na folha de novembro/2019;

• Piso salarial: R$ 1.359,60;

• Abono indenizatório: R$ 1.960,00 em parcela única para Celupa, Celulose Riograndense e Sofitys; Santher em 2 parcelas fixas mensais de R$ 980,00;

• Vale mercado: R$ 270,00 mensais;

• Auxílio-creche: R$ 457,00 mensalmente;

• Restituição das demais cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho 2018/2019 com a redação da CCT extinta.

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