No dia 31 de maio, às 13h30, ocorreu mais uma reunião entre os dirigentes sindicais da CMPC – Celulose Riograndense com a gerente de RH e o diretor industrial da empresa. Uma pauta com 13 itens, em que várias questões foram levadas pelos trabalhadores representados pelo seu sindicato na procura de encaminhamentos e soluções. Algumas delas serão solucionadas, outras levarão algum tempo e outras se arrastarão por um longo período, pois, na verdade, elas esbarram na política adotada pela empresa. Entre as reivindicações está a política de cargos e salários que a CMPC vem adotando desde 2018, na qual simplesmente parou de praticar o que havia divulgado para os trabalhadores. Desde então existem muitos casos de diferenças salariais entre mesmos cargos e mesmas responsabilidades que não se justificam, em diversas áreas da empresa, da manutenção à operação industrial, bem como nos setores do horário administrativo. Abordamos também os casos de promoções, no quais os promovidos ficam com salário abaixo dos demais que ocupam a mesma função, não tendo perspectivas de quando serão valorizados no mesmo nível salarial dos demais.
Em reuniões anteriores, a empresa se justificou dizendo que contratou uma assessoria para fazer um estudo de mercado e do setor de celulose e papel na questão de cargos e salários, que seria finalizada em novembro de 2020. O estudo demorou um pouco mais e após sua conclusão foi entregue uma proposta de Cargos e Salários em março desse ano a matriz no Chile. Estamos já no meio do ano e a informação é de que não há ainda a liberação para se fazer mudanças. Neste sentido, avaliamos que o que existe hoje na empresa, pela percepção dos trabalhadores, é uma política de rebaixamento de salários. Aqueles que são admitidos ficam muito abaixo dos que laboram na função e as diferenças são grandes se levarmos em conta os adicionais que fazem parte dos ganhos dos trabalhadores. Essa questão se soma a outras tentativas da empresa de redução de custos nas costas dos trabalhadores.
Fica evidente uma política deliberada, até que se prove o contrário, em que essas decisões são determinações somente da direção da empresa no Brasil. Um pensamento de empresa pequena em uma grande multinacional que lucra milhões e está cada vez mais expandindo seus investimentos no curto e longo prazo, que não está considerando seu grande ativo a capacidade técnica e a experiência de seus funcionários. Muitos já perceberam essa situação e na oportunidade estão optando por outras empresas e/ou outros projetos de vida fora da CMPC.
Havia uma expectativa no resultado da reunião com a empresa, mas infelizmente os trabalhadores se decepcionaram, o que gera indignação e não contribui com o ambiente de trabalho.
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