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A lacuna entre discurso e ação: a falta de diversidade e inclusão na CMPC.



Para começar a nossa reflexão, vamos buscar compreender o é diversidade e inclusão. Diversidade refere-se à variedade e multiplicidade de características, diferenças e peculiaridades presentes em um determinado contexto ou grupo. Já a inclusão versa sobre o processo de garantir a participação plena e igualitária de todas as pessoas, independentemente de suas características, diferenças ou necessidades específicas, em todas as esferas da sociedade. A inclusão busca eliminar barreiras físicas, sociais e culturais que possam impedir ou limitar o acesso de indivíduos a oportunidades, recursos e serviços. A inclusão ainda fala de criar um ambiente acolhedor e diverso, no qual todas as pessoas são respeitadas, valorizadas e têm seus direitos reconhecidos e a busca de construir uma sociedade mais justa, equitativa e empática.


A CMPC tem esses conceitos em seu discurso, mas, na prática, não é bem assim, pois trata seus colaboradores com certa discriminação. Temos como exemplo as reclamações em relação ao transporte fretado, no qual todos os funcionários que utilizam as rotas de ônibus pagam um valor mensal para usar tal serviço, mas, alguns desses, por serem substitutos de férias, ou por morarem em local perigoso, ou, ainda, por morarem em uma rua sem saída, não podem usufruir do mesmo serviço que os demais. Esses precisam se deslocar até o trajeto da rota, pois não se pode fazer pequenos desvios, com a desculpa de que vai impactar nos demais que são daquela rota.


Na hora de ir para casa, esses mesmos funcionários que não são pegos nas suas ruas, são deixados no caminho, “perto de casa” e que se virem para chegar até sua residência. Seja nos dias de chuva, nos horários do turno da madrugada, a empresa não pensa na segurança desses funcionários.


Todos os dias, vários colegas se submetem a esses absurdos e a cada dia surgem novas regras, ditadas por pessoas que desconhecem a realidade de quem trabalha em turnos e longe da empresa e que talvez nem utilizem as rotas. As regras são ditadas sem empatia, muitas vezes totalmente sem sentido, por aqueles que estão lá, no quentinho do seu setor, escondidos atrás de uma tela, só para dizer que fazem algo pela empresa, elevando seus próprios egos.

Entendemos que a empresa deveria se preocupar com a segurança de todos os funcionários, mas não é o que acontece, pois existe um grupo que está sendo excluído. E enquanto isso, esses funcionários veem a CMPC gastar com outdoors pela cidade, falando de como é um local diverso e inclusivo... e se sentem ainda mais excluídos, pois a empresa não pensa neles, mas mostra outra coisa para a comunidade.


O ministro Herman Benjamin, do STJ, que, em ocasião de um recurso especial, fez a seguinte fala: “Ser minoria por qualquer motivo, não é ser menos cidadão, tampouco merecer direitos de segunda classe ou proteção apenas retórica do legislador. Pois, o que o ordenamento pretende não é somente proteger a vida de muitos, mas também, a vida de poucos”.

Não importa se é uma pessoa ou 500... TODOS, sem exceção, precisam ser incluídos dentro do que a empresa prega. Além do problema do transporte, existem questões da alimentação não inclusiva nos refeitórios e falta de posicionamento efetivo no combate a qualquer tipo de assédio.

A CMPC precisa, urgentemente, avaliar seus valores, e realmente por em prática aquilo que fala. Palavras ditas, sem ações, são somente palavras soltas ao vento.


ESTAMOS DE OLHO!

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